A árvore seca, sem folhas, símbolo de um passado vazio, melancólico e sujo de inseguranças, pegou fogo, incendiou-se, mas era um fogo verde, verde de folhas de uma primavera que vem a frente.
Mas a mulher ainda tem medo de olhar para trás e encarar quem a olha pelas costas; encarar a si mesma. Ela sabe que era ela quem deveria estar vivendo, mas o seu corpo não é seu.
Ela vai ao fogo, e ela vai se queimar, se assim for necessário para se amar. Que o fogo caia como água, e como água, lave seu corpo, limpando-o do demônio que ela representa. Que o mundo afunde em si mesmo, que o universo ecloda, que o nada se torne real, que o vazio mostre que existe no seu âmago, no seu espírito, e os sete demônios deixarão a chama em paz. E deus mostrará sua face e eu serei o que eu nasci para ser.
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