Desejar alguém que não se pode ter é um dos cânceres da humanidade. É aquele sentimento agonizante como o fogo, que deixa um espaço aberto no meio da barriga, ou melhor, é como um polvo que se amarra ao redor da barriga, joga um dos tentáculos no coração, outro (o melhor) lá no ventre, e puxa tudo de uma vez. Pode parecer masoquista, mas a dor de se desejar alguém que não se pode ter é uma dor prazerosa, que dá gosto, faz tudo se mexer, se avivar, é oxigênio no fogo.
O problema é quando o desejo não correspondido se torna paixão não correspondida. Aí é água no fogo, é um gelo, é uma agonia odiosa, que retesa os músculos e abre todo o seu corpo. O polvo vai embora e deixa nada no lugar. Ah, os meu platonismos ainda me matam!
E quando a gente se sente correspondido? Fica tudo mais colorido, né? Até seu dente torto parece uma graça no espelho! Depois a gente esquece Platão e a vida dá um oi...
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